domingo, 14 de novembro de 2010

Ética nas aulas de Educação Física ajuda a construir boas relações

                Durante uma aula de Educação Física na escola, o nível de exposição é bastante grande, por isso se não tomarmos cuidado facilmente podem surgir situações de gozação e tiração de sarro entre os alunos durante uma atividade. Claro que os mais habilidosos adoram esse momento de exposição, afinal é hora de mostrar no que eles são bons, mas e os demais que não tem a mesma habilidade as vezes sofrem.

                Um doutor em Educação Física em sua tese de doutorado pesquisava os benefícios da educação física escolar na vida adulta das pessoas, ao analisar o resultado da pesquisa entrou em depressão ao perceber que a grande maioria das pessoas tinha trauma dessa fase ao invés de apresentar algum benefício positivo. Hoje acredito que esse quadro mudou, mas não totalmente, ainda recebo alunos de outras escolas que dizem não gostar da aula. Com o tempo, através de experiências positivas essa idéia é modificada.

             A Educação Física é uma das matérias privilegiadas por seu ambiente de trabalho, a quadra, por suas propostas muitas vezes lúdicas, e também por termos o aluno por inteiro, todavia se não tomarmos certos cuidados podemos ser a aula de maior risco para os tímidos e menos habilidosos.

             A meu ver, o segredo de tudo é criar um ambiente seguro. Um ambiente de respeito mútuo, onde as pessoas possam ter a liberdade de serem elas mesmas, te ter a segurança de poder arriscar, tendo a certeza de que podem errar e que ninguém irá apontar seus erros, mas sim irá ajudar a fazer cada vez melhor.

             A velha frase "Faça com os outros da forma que você gostaria que fizessem com você!", que já ouvimos milhares de vezes, mas as vezes esquecemos de colocá-la em ação. Ninguém gosta de ser zoado, então porque fazemos isso com os outros?

            Fico absolutamente pasma com a ideia das pessoas se divertirem à custa de outras. Hoje ouvimos muito fazer em bullying, ao mesmo tempo em que alguns pais junto com seus filhos se divertem assistindo a programas de TV como "Pânico", onde a diversão é tirar saro da cara do outro. Esse comportamento vai ficando habitual, as pessoas passam a não achar que isso é errado, quando chamamos atenção dos alunos que fazem isso na escola eles dizem "eu só estava brincando!". Isso não é brincadeira, isso é violência, é fazer mal a alguém, divertir-se à custa do outro, ter prazer em humilhar o outro, isso definitivamente não é brincadeira é muito sério. Brincadeira é quando ambos estão se divertindo.
           Seja exemplo para as pessoas ao seu redor, as crianças aprendem conosco.
http://www.youtube.com/watch?v=6mhqa9tzFG4

           Com frequência alunos se machucam durante os jogos, seja por uma trombada, ou um empurrão na hora de pegar, uma bolada mais forte na queimada, o que acontece grande parte das vezes sem querer, ou seja, sem que haja a intenção de machucar o outro. É nesse momento que uma simples palavra pode nos trazer conforto "desculpe!", e justamente ai eles não pedem porque dizem que foi sem querer. mas a final alguém que tem a intenção de machucar o outro pede desculpas? é justamente o que prova e comprova que foi sem intenção é um pedido de desculpas. 

           Palavras de extrema importância para uma boa convivência têm sido deixadas de lado, não deixe de pedir "Por favor", "com licença", agradeça sempre, "obrigado" e se realmente você não teve a intenção, "desculpe!". São gestos simples mas que fazem toda diferença na hora da convivência.
    

   Cuide de suas relações com os seres humanos, com os animais, com a natureza em fim com todo planeta e seja mais feliz!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Valor de educar. Quanto vale um sorriso?

Educar não é brincadeira, mas pode e deve ser feito por meio dela. Brincando podemos transformar o mundo, podemos aprender a viver e a conviver. Podemos aumentar nossa autoestima, confiar no grupo e em nós mesmo. Brincando aprendemos a superar desafios e a solucionar problemas.Educar é muito mais do que brincar, é acreditar no potencial de todo e qualquer ser humano e fazer o possivel, e as vezes, até o aparentemente impossivel, para contribuir com seu desenvolvimento.

Infelizmente muitas pessoas que trabalham na área da educação são meros professores e não educadores. A diferença está em exatamente fazer a diferença. O educador vai além da sala de aula, é aquela pessoa que percebe a gente e nos impulsiona pra frente, é aquele que nos faz ver além do vidro da janela. É quem nos faz acreditar em nós mesmos, é quem vibra junto com cada conquista! Educadores não necessariamente são professores ou se encontram dentro da escola. Se tivessemos mais educadores do que professores acredito que a educação não seria um problema tão sério quanto ainda é hoje.

Me parece que hoje estamos mais preocupados em dar nomes aos comportamentos , que na visão de alguns interfere no processo de aprendizagem, do que trabalhar de fato em função de sanar essas dificuldades. É mais fácil justificar o porquê a criança não aprende do que encarar o desafio de fazer com que ela aprenda apesar de suas limitações.

Dislexia, TDAH, DPAC, Discalculia, entre outros distúrbios ou transtornos de aprendizagem que temos encontrado por ai são apenas diagnósticos que apresentam um conjunto de comportamentos. Não devemos simplesmente rotular e abrir mão do indivíduo que aprensa algum desses comportamentos, ao contrário disso devemos usa-lo a nosso favor. Se já é certo que o individuo apresenta alguma dificuldade temos que levar isso em conta e trabalhar para contribuir com seu desenvolvimento. Limitações e deficiências todos nós temos, o importante é aprender a superar ou encontrar estratégias para viver melhor.

Ministro aulas de Educação Física do 2º ano do Ensino Fundamental I ao 3º ano do Ensino Médio em uma escola particular em São Paulo. Esse ano conheci um aluno que já era famoso por seu comportamento inadequado. Isso já deve ter acontecido com muitos de vocês, essa é uma história clássica que tem se repedido e continuará por muitos anos se não pararmos para prestar atenção no que estamos fazendo com esses seres que em algum momento passam por nossas mãos.

O Aluno durante as primeiras aulas toda vez que perdia o jogo ou não conseguia vencer chorava, soluçava, se debatia no chão e batia em quem tentasse se aproximar dele. Dizia que nunca conseguia nada, que ninguém nunca o escolhia, que ninguém gostava dele. Fui conversando com ele e fazendo perceber que precisava trocar suas crenças, precisava acreditar no seu potencial e em suas qualidades.
Depois de algumas aulas dando reforço positivo valorizando todas as boas ações para aumentar a autoestima do aluno, no dia que ele era responsável por oferecer sua brincadeira preferida para o grupo, aula que faz parte de um projeto chamado "Amigos",ele escolhe "Corrida Pô!".
Esse ano sai na sua vez, pela primeira vez vence todos os 5 jogarores que encontrou pelo caminho, mas na 6º e último ele perde. Inacreditavelmente ele não chora, ou contrário sorri. Eu olho para ele e digo você viu você ganhou de 5 jogadores, uma pena ter perdido do último mas venceu de 5, que legal! Ele olha pra mim sorrindo e diz: É porque estou mais confiante em mim!
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Poder contribuir para a autoestima de uma criança e, assim, fazê-la mais feliz = não tem preço!!!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Competição ou Cooperação?

Cooperar ou competir?



Alguns Educadores dizem: - O mundo é competitivo temos que preparar nossos alunos para o mundo!

Já outros dizem: - As empresas estão contratando pessoas que sabem cooperar, temos que preparar nossos alunos para o mercado de trabalho!

Fábio Brotto diz: "Se o importante é competir, o fundamental é cooperar"

Concordamos com Brotto, acreditamos ser importante aprender a competir, porque em várias situações na vida teremos que lidar com a competição, como em um vestibular, em uma seleção de emprego, em um concurso entre outras diversas situações que teremos que vencer.

E também concordamos que cooperar é fundamental para a vida! Vivemos em sociedade, estamos interligados, precisamos uns dos outros para viver bem e sermos felizes, então cooperar é realmente fundamental!

De fato vemos o mundo mais competitivo, talvez porque fomos educados num sistema mais competitivo. Mas e se fossemos educados num sistema mais cooperativo como seria o mundo?

Muita gente nem sabe ao certo o que de fato significa cooperar. A grande maioria das pessoas, quando perguntamos o que é cooperação, responde que é ajudar o outro. Cooperar não é ajudar, mas sim fazer junto, operar junto. O que é bem diferente de ajudar, fazer junto é achar um ritmo comum é unir forças para alcançar um mesmo objetivo.

O que realmente importa é buscar o equilíbrio, saber que cooperar ou competir são escolhas. A cada ocasião podemos escolher o que for melhor. O fundamental é ser ético, respeitar tudo e todos nas suas escolhas, seja na hora de competir ou cooperar.

Pensamos que cooperar talvez seja um principio que antecede a competição, pois até mesmo nos jogos competitivos se uma equipe não coopera entre si dificilmente chegará a tão sonhada vitória.
Por isso acreditamos que devemos primeiro aprender a cooperar, primeiro enxergar os outros como parceiros, para depois aprender a competir e ai sim olhar o outro como adversário sem perder o respeito e a camaradagem.

Coopere, compita e se divirta! Mas acima de tudo respeite, compartilhe, curta, escolha sempre o melhor para todos! O bem comum é o bem de todos!



domingo, 17 de janeiro de 2010

O Jogo na Educação Infantil

A grande maioria dos autores que trata do tema socialização diz que esse processo se inicia a partir dos 6 anos de idade. Pois leva-se em consideração que nessa idade a criança já deixou de ser tão egocêntrica e já começa a ter mais condição de perceber o outro.

Porem na prática aos três anos de idade a crinança já inicia sua participação em jogos coletivos, ou seja, começa a vivenciar situações que podem ou não contribuir para sua socialização. Vamos analisar quais são essas primeiras experiencias que são oferecidas as nossos crianças. Uma pesquisa realizada com professoras da Educação Infantil apontou que os 10 jogos mais utilizados em seu dia a dia: Corre-cotia ou lenço atrás, morto vivo, pega-pega, amarelinha, macaco simão, estátua, dança das cadeiras, barra manteiga, passa anel, muro mole.
Se analisarmos as estruturas desse jogos vamos observar que temos situações de exclusão e ou de punição, como realizar um castigo ou pagar um "mico". Em outros jogos, como na amarelinha por exemplo, temos uma estrutura que favorece o jogador de mais habilidade, onde quem acerta joga novamente. Mas não seria mais coerente quem errou ter uma segunda chance? No entendo a chance é dada a quem tem mais habilidade.

Sendo essas as primeiras expeirências que estamos oferecendo aos nossos alunos será que de fato estamos contribuindo para o processo de socialização? Que tipo de relação entre aos pessoas estou oferecendo em um jogo onde quem erra é excluído ou deve realizar um castigo? E depois queremos que nosso aluno compreenda que o erro faz parte de um processo de ensino-aprendizagem. Jogos com uma estrutura competitiva onde apenas um pode ser o vencedor e os demais são excluídos, que faz com que o jogador tenham que sofrer castigos para continuar no jogo e onde os jogadores mais halidosos além de já terem essa vantagem ainda ganham a vantagem de jogar novamente, definitivamente não contribuem para a socialização, muito menos de crianças que ainda estão numa fase egocentrica, que ainda precisam aprender a olhar para o outro.

Que tal nessa 1ª fase, a Educação Infantil, começarmos com jogos cooperativos. Podemos continuar os jogos que conhecemos mas pra isso é necessário modificá-los para que de fato estejam de acordo com nossos objetivos de socialização.

Quer saber como modifiar os jogos?

Leia: Jogos que Educam

de: Dani Tonioli

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