sábado, 15 de dezembro de 2012

Nuvembol nasce um novo Esporte.

Durante as aulas de Educação Física da Carandá Vivavida Educação com os alunos dos 4ºs anos do Ensino Fundamental I desenvolvo um projeto no qual o objetivo final é a criação de novos jogos. Os alunos trabalham divididos em pequenos grupos, discutem ideias, e criam jogos incríveis.

Você pode conferir a nossa produção deste ano e dos anos anteriores em nosso blog! http://educacaofisicanaescolacaranda.blogspot.com.br/


Alguns alunos extrapolam o projeto criando sozinhos ou em duplas seus próprios jogos, esse foi um ano que tivemos muitas produções. Em destaque uma produção que virou nossa nova modalidade Esportiva: Nuvembol.

Todos os anos as mesmas perguntas são feita: Será que outras pessoas jogam os nossos jogos? Será que um dia um de nossos jogos pode chegar a se transformar num Esporte Olímpico?

Dessa vez estamos acreditando que sim, que nosso novo esporte, Nuvem Bol pode sim um dia se tornar uma modalidade esportiva e quem sabe olímpica. Então começa aqui nosso trabalho de divulgar para o mundo todo o nosso novo jogo. 



Sua história

2012, 4º ano do Ensino Fundamental I, projeto de criação de novos jogos realizado nas aulas de Educação Física da Carandá Vivavida Educação pela Educadora Física Daniella Tonioli.

O processo já havia começado, já estávamos na fase de trabalho em pequenos grupos finalizando nossas produções para apresentar. Neste momento alguns alunos me contaram que tinham criados jogos sozinhos. Pedi então que eles colocassem suas ideias no papel e trouxessem a aula, que no final das apresentações coletivas eles teriam espaço para apresentarem seus jogos, e assim alguns alunos me entregaram sua produção. O aluno João Pedro Gadel Lima, mais conhecido como Jota, me entrega esse papel que está na foto abaixo.




Quando comecei a ler não estava acreditando, aquilo era genial, um menino de 9 anos cria sozinho um jogo inteligente, bem estruturado, fiquei boba com o nível da produção, e ansiosa pra colocar o jogo em ação. Apenas uma coisa me intrigava, os jogadores deveriam ficar parados nos lugares escolhidos, achei que isso poderia tornar o jogo meio parado demais, mas não, mesmo parado o jogo consegue ser dinâmico, é realmente um jogo sensacional.

Depois de algum tempo chegou o grande dia e colocamos o jogo em ação, os alunos adoraram, fizemos alguns pequenos ajustes, sempre seguindo a opinião do criador, Jota. Levei o jogo para o outro 4º ano e para os 3ºs anos. Foi unânime, todos adoraram o jogo. Resolvemos então organizar o I Torneio de Nuvem Bol, os jogos foram acontecendo durante as aulas de Educação Física, quatro classes participavam do torneio, duas de 4º anos e duas de 3ºanos, cada uma com seu time masculino e feminino, todas as turmas jogaram com todas as turmas, pelo número de vitórias ou saldo de pontos definíamos quem disputaria a final entre 3ºs e 4ºs lugares e 1ºs e 2ºs lugares masculinos e femininos. E no dia 11/12/2012 durante a grande final ficamos todos juntos a tarde toda assistindo os jogos, torcendo, jogando, cooperando, competindo, aprendo, ganhando ou perdendo.




Nossa missão espalhar o Nuvem bol pelos quatro cantos do planeta! Entre no nosso Blog aprenda a jogar Nuvembol, ensine seus amigos, leve pra sua escola, quem sabe em breve não realizamos um Toneio interescolar de Nuvembol, quer participar? Comece a treinar agora!



sábado, 14 de janeiro de 2012

Regras, jogos e Sociedade

Durante um jogo de pique-bandeira em uma de nossas aulas de Educação Física, um aluno que não conseguiu ter êxito na sua tarefa de roubar a bandeira soltou um @#$%¨#%#$¨%$%¨!!!!! O grupo imediatamente olhou pra mim esperando uma atitude, tirar o fulano da aula por um tempo determinado, por ter desrespeitado a regra de não poder falar palavrão durante a aula.


Então chamei o fulano que ainda estava bravo com a situação, e se justificava dizendo que estava bravo por não ter conseguido roubar a bandeira e por isso falou o palavrão, que não ofendeu ninguém.
Então eu disse:

- Eu sei que você não ofendeu ninguém, mas lembra do nosso combinado de não falar palavrão, você pode usar outras palavras, como caramba que droga! Isso por exemplo, não é palavrão.

Fulano: - Todo mundo fala palavrão, porque não posso falar se não estou ofendendo ninguém? Qual é o problema? Porque então existem essas palavras se elas não podem ser usadas?

Eu – Cara é assim, não vamos ser hipócritas de dizer que as pessoas não falam palavrão, mas temos que saber nos adequar a cada situação, é claro que as vezes eu falo palavrão na minha vida pessoal ou quando estou só entre adultos, mas alguma vez você já me viu falar palavrão?

Fulano- Não, nunca!

Eu – Então, é isso! Estamos na Escola, na Escola não é permitido. É saber se adequar as situações, isso é importante na vida.

Fulano – ok! Entendi! Posso voltar pra aula?

Na nossa aula de Educação Física a regra é de respeitar, portanto não é permitido agressão nem verbal e nem física, e nem o uso do palavrão. Claro que em casos extremos quando acontece uma topada ou uma bolada relevamos quando a pessoa solta um palavrão que seja necessário para aliviar a dor. Mas ainda sim lembramos que o palavrão pode ser substituído por palavras similares que não tem o mesmo significado, como por exemplo, caramba!

Em diversas aulas já discuti com os alunos sobre o uso do palavrão, pois muitos alegavam que seus pais falavam palavrão em algumas ocasiões, então eles diziam que em alguns contextos os pais permitem o uso do palavrão, como por exemplo, na torcida num campo de futebol ou durante um outro jogo, no transito, quando se machuca, essas eram algumas situações que a permissão era quase unânime. Conversamos um pouco sobre Fairplay, pra que eles compreendessem que na verdade no universo do jogo e do esporte também não é permitido, a regra também é de respeito. Outra coisa importante de se pensar é onde este jogo está acontecendo? No nosso caso dentro da escola, dentro da escola cabe o uso do palavrão? Assim eles percebem que não é hipocrisia, mas sim uma questão de adequação.

O cuidado precisa ser muito grande para não cairmos em contradição ou para não parecermos hipócritas. No contexto da Educação Física e do Esporte isso se torna ainda mais complicado, por que é como se neste contexto essas coisas fossem permitidas. Existe uma idéia que é de comum acordo na sociedade que durante a torcida de um jogo ou mesmo o jogador em campo pode fazer uso de palavrão. Precisamos chegar aos extremo da agressividade entre as torcidas organizadas de morrer pessoas para que as pessoas repensassem sobre essas “regras”.



Para vivermos em sociedade precisamos de regras, para que o jogo funcione também precisamos das regras. As regras nos ajudam a nos organizarmos. Em ambos os casos as regras devem ser claras e favorecer a todos. Mas nem sempre é assim que acontece, nem sempre as regras são bem planejadas, muitas vezes são confusas e em alguns casos chegam a ser contraditórias, em outros casos muitas vezes favorece apenas uma minoria, e em grande parte das vezes essa minoria é quem menos precisa ser favorecida. Assim é no jogo, assim é na vida.

Regras têm a função de organizar, de fazer com que as coisas funcionem melhor, mas também há regras que são burras, regras que não tem motivo algum para existirem. Eu tive a experiência de estudar por alguns poucos anos em um colégio que tinha regras sem sentido como: pelo fato do uniforme ser de cor branca e vinho, o tênis também tinha que ser obrigatoriamente de uma dessas duas cores. Claro que eu ia para a escola de tênis azul, e por diversas vezes fui chamada à diretoria. Eu questionava à diretora sobre essa regra, alegando que ela não tinha sentido em existir, que se ela conseguisse me provar que eu aprenderia mais estando de tênis da cor branca ou vinho eu assim viria calçada, caso contrário qual o problema do tênis ser azul, ou preto, ou cinza? Claro que hoje em dia essa escola não tem mais essa regra, pois ela não tem sentido de existir, mas alguém precisou questioná-la para que ela fosse repensada. Muitas regras da nossa sociedade precisam ser repensadas.

Um dos objetivos do meu trabalho é repensar o tempo todo nas regras dos jogos que estou oferecendo aos meus alunos, que tipo de experiências eles estão tendo por meio dessas atividades, com que tipo de regras eles estão aprendendo a lidar, são regras que são justas para todos?

Não quebre as regras e nem deixe de respeitá-las, elas existem para organizar e facilitar as nossas vidas, mas algumas delas precisam ser questionadas e repensadas. A regra não tem que ter o julgamento de boa ou ruim, ela precisa fazer sua função de organizar, melhorar e garantir que todos tenham a mesma oportunidade.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Os bons discípulos superam seu mestre

Pra mim esse é o grande barato de ser professor, ver seu aluno ir além, extrapolar, ultrapassar a barreira do conhecimento e ir mais adiante. Essa é uma das grandes satisfações desse trabalho de ensinar. Mas para que isso aconteça você como mestre deve estar disposto são só a ensinar mais também a aprender, pois é só nesse momento em que a mágica acontece. Quando o mestre percebe que seu discípulo está pronto e o deixa caminhar sozinho, pouco a pouco ele vai ganhando confiança até chegar a superação! Para o mestre, mas do que a satisfação de dever cumprido é a satisfação de avançar mais um degrau, crescer e evoluir com a superação do seu discípulo.


Venho fazendo esse trabalho durante minhas as aulas de Educação Física, aos poucos vou dando pequenas tarefas que vão desenvolvendo habilidades necessárias para a tarefa maior, criar novos jogos. O jogo é um dos “conteúdos” da Educação Física e na minha opinião o mais fascinante. Por meio do jogo conhecemos o ser humano, colocamos prática nossa capacidade de lidar com diversas situações inesperadas, pois por mais que já conhecemos o jogo ele será sempre surpreendente. O mesmo jogo pode acontecer de maneira completamente diferente quando jogado por grupos diferentes. O mesmo jogo também será diferente quando jogado novamente pelo mesmo grupo. O jogo é imprevisível, uma vivência única e que pode ser transformadora. Jogamos de acordo com nossos valores, tomamos decisões a todo momento tentando fazer o melhor possível.


O jogo possibilita o desenvolvimento de habilidades e competências, por meio deles podemos desenvolver o Ser Humano, nossa capacidade de cooperar e competir com ética. Para criar novos jogos é preciso primeiro compreender os jogos que já conhecemos, entender sua estrutura e quais habilidades e competências estão sendo desenvolvidas por meio dele. Depois podemos misturar dois jogos conhecidos transformando num novo jogo, até por fim sermos capazes de criar novos jogos diferentes dos já existentes.


Durante o ano de 2011 criamos, testamos e jogamos os novos jogos criados pela turma que cursava o 4º ano do ensino fundamental I na Escola Carandá e agora você pode conhecer e levar para seus alunos jogarem também! Acesse nosso blog http://educacaofisicanaescolacaranda.blogspot.com/ e comece o ano oferecendo novas oportunidades de jogar. Dê a oportunidade de seus alunos criarem, eles são muito mais criativos do que você pode imaginar, basta dar espaço pra que a mágica aconteça!


 

Deixe que seus discípulos tenham oportunidade de supera-lo, afinal o bom mestre é aquele que está sempre aberto a aprender!

Boas Férias e um Bom retorno!!!